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a experiência humana só terá sentido se algo para lá do humano vier em nossa ajuda, em nosso socorro. o nosso drama é que a única coisa que desse género ou natureza parece poder vir é a morte, a nossa própria morte.

15 de junho de 2006

Ando aqui às voltas a remoer a tua ideia de que a solidão é perigosa. O problema não é eu pensar que o perigo só é real quando alguma possibilidade existe de que naquilo que fazemos algo possa reverter a favor do mundo onde vivemos e eu não sei, não sei mesmo se algo é reversível neste mundo. Tramaste-me. A esta hora já é visível para mim próprio que não falo do perigo de cada um. Isso é com cada qual. A expressão indiviudal da vida, da vidinha também. Só existe verdadeiro perigo onde há uma ideia de nós. E é nessa exacta medida que entendo a perigosidade da solidão. Alguém que no desespero de querer encontrar algo mais do que a sua sombra parte para a loucura e aí, paradoxalmente, corre o perigo de se apartar de todos e do seu próprio mundo. Não sei. Talvez seja aí nessa solidão que o ser humano volta a ser humanidade, a humanidade inteira.

Tramaste-me a sério.

1 comentário:

  1. Com essa conclusão, fico eu aqui às voltas. Não sei se voltamos a ser humanidade, humanidade inteira. Não sei se é esse o percurso. Somos primeiro a humanidade inteira, depois deixamos de ser e depois voltamos a sê-la. Não sei também se quero ser a humanidade inteira. Ser inteiramente é algo que me assusta. Que sinto por vezes. Absolutos são perigosos quando se acredita neles. Por isso um não sei é saudável. E andar Às voltas, por vezes também. E um absoluto, intelectual, será - não sei - das coisas mais próximas da loucura. Sei que com os outros percebo o que será isto de ser humano. E que à medida que me vou percebendo íntegro - inteiro - e vou integrando as experiências todas, vou percebendo que os conceitos a que dava uma importância vital não me explicam grande coisa de coisa nenhuma. Ainda assim pude apoiar-me neles enquanto precisava de me apoiar. E como preciso de me apioar, por vezes!... O que é mais importante nisto tudo [e peço perdão pelo abuso de espçaço neste espaço teu] as experiências de solidão devo-as integrar. Só integrando o que por hábito considero negativo, por estúpido hábito moralista e moralizador, é que tenho uma experiência inteira. O que me parece perigoso é chamar solidão ao que não é, não chamar solidão ao que é. E a solidão, acima de tudo é uma experiência emotiva. Muitas vezes decorrente de se estar só. Mas outras, não é provocada pelas circunstâncias - até temos pessoas em volta. Mas sim, pode sofrer-se muito po se ser abandonado. Pode uma pessoa ficar terrivelmente só. Mas isso não é suficiente para se dizer: ficou numa terrível solidão, nem sequer - que perigo eminente. Um abraço, nuno

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