Tenho a pele a latejar. Mal vejo o chão que piso. Tiro os óculos míopes. Não sei de onde sou, para onde. Não sei nada. Amanhã vou armar-me em forte e dizer que a vida é assim, sem se saber de destino nem por onde. Agora atiro-me de cabeça para a frente. Não me interessam palavras-segurança. Cada um de nós é luz onde se escurece, onde se amedronta, onde treme. Calhou que fosse agora.
Eu sei porquê. Eu sei porque me sinto corajoso agora. É o meu segredo. Que partilho. Mas não aqui. Mas não vou falar mais da coragem. Não me interessa. O meu FMI ainda está agora a começar. Quero berrar. Atirar-me para o chão. Maldizer. Só depois os bombos e os adufes. O mar da Ericeira.
Aquele espanto. Aquele espanto menino.
Não consigo inquietar-me com ela a meu lado. Parece-me sempre que é uma tempestade num copo de água.
Vou por isso escrever sobre o amor como se me zangasse.
31 de janeiro de 2006
Paisagem sem Título
Publicada por JPN à(s) 1:34 da tarde
Etiquetas: Enquanto o poema não me acontece
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