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a experiência humana só terá sentido se algo para lá do humano vier em nossa ajuda, em nosso socorro. o nosso drama é que a única coisa que desse género ou natureza parece poder vir é a morte, a nossa própria morte.

21 de junho de 2008

Chá de alface





coisas que nunca saberei: porque é que a inquietação me chega ao peito. quer dizer, que nunca saberei de forma satisfatória. cujo saber valha a presunção de dominar o obscuro sentido que perco em cada dia que vivo. porque escrevo? quando levo os dedos ao teclado sou um humanista, um humanista dos antigos, dos rijos. escrevo contra o vento e o vento é a solidão. fiz chá de alface para dormir melhor. durmo de olhos abertos. a minha solidão é a tua dor e a tua dor é a minha solidão, leio numa parede grafitada. quero saber de onde vem o vento. e as palavras? preciso de sorrir. faço pressão nos músculos da cara, solto um sorriso, é maquinal, um maquinismo, mas esse movimento é o suficiente para me irrigar o sangue de um inusitado bem estar. escrevo na minha noite e a minha noite é o meu medo. tenho medo de tudo. das sombras. da luz. de mim. da minha sombra. dos bicharocos que andam por aqui pelo quintal. da noite. da irritação por aquele saturday nigth fever que um@ adolescente insiste em derramar pela encosta, e amanhã, amanhã vou estar aqui? a fazer o quê? a sorrir novamente. o meu medo é a coragem de que me faço. de que sou feito. está uma aragem fria que me faz bem. descontrai-me. sabe-me a fresco e a frescura é verão dentro de mim. tenho uma cidade lá fora. ali, no vale de santo antónio. ou atrás, até à alameda. estou cansado, muito cansado. os meus demónios não me derrubam mas azucrinam-me. moem-me. amanhã ainda estarei por aqui, espero. não há palpites. isto é o mata-mata. se me fosse agora ía a sorrir. era um sorriso musculado, eu sei. mas é sorriso. há qualquer coisa em mim que sabe. há vida dentro de mim que sabe. a linguagem não. a linguagem não sabe. eu sei. o vento bate em mim pelo lado do caule, abano, danço. amanhã é outro dia. o chá de alface tem um sabor pastoso que é necessário cortar com um poucochinho de mel. só depois sabe bem.














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